A Linguagem Musical e Outros Artigos
A Linguagem Musical e Outros Artigos

A linguagem musical está presente na vida dos seres humanos e há muito tempo faz parte da educação de crianças e adultos. Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de ritmo, pois o mundo que a rodeia, expressa numa profusão de ritmos evidenciados por diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas, no vôo dos pássaros, nos pingos de chuva, nas batidas do coração, numa banda, num motor, no piscar de olhos e até mesmo na voz das pessoas mais próximas.

No período da alfabetização a criança beneficia-se do ensino da linguagem musical quando as atividades propostas contribuem para o desenvolvimento da coordenação viso- motora, da imitação de sons e gestos, da atenção e percepção, da memorização, do raciocínio, da inteligência, da linguagem e da expressão corporal. Essas funções psiconeurológicas envolvem aspectos psicológicos e cognitivos, que constituem as diversas maneiras de adquirir conhecimentos, ou seja, são as operações mentais que usamos para aprender, para raciocinar.

Rosa (1990) afirma que a simples atividade de cantar uma música proporciona à criança o treinamento de uma série de aptidões importantes.

A musicalização é importante na infância porque desperta o lado lúdico aperfeiçoando o conhecimento, a socialização, a alfabetização, inteligência, capacidade de expressão, a coordenação motora, percepção sonora e espacial e matemática. Conforme estudos de Gardner (1996) sobre crianças autistas, em que estas, são extremamente perturbadas e que freqüentemente evitam o contato interpessoal e talvez nem falem, possuem capacidades musicais incomuns. Isto talvez, porque houvessem escolhido a música como principal canal de expressão e comunicação, ou também porque a música é tão primariamente hereditária e que precisa de tão pouca estimulação externa, quanto falar ou andar de uma criança normal.

A educação através das artes proporciona à criança descoberta das linguagens sensitivas e do seu próprio potencial criativo, tornando-a mais capaz de criar, inventar e reinventar o mundo que a circunda. E criatividade é essencial em todas as situações.

Uma criança criativa raciocina melhor e inventa meios de resolver suas próprias dificuldades. No início do século XX, aparecem os métodos ativos de: Declory, Montessori, Dalton e Pakhurst, formando a nova escola. Esses pensadores outorgaram a música como um dos principais recursos didáticos para o sistema educacional, reconhecendo o ritmo como um elemento ativo da música, favorecendo as atividades de expressão e criação. Na mesma época, alguns pedagogos musicais, ganharam destaque: Èmile Jacques Dalcraze, Maurice Martenot, Carle Orff, Zortan Kodaly, Shinichi e o famoso filósofo e psicopedagogo musical Edgard Willems. Na segunda metade do século, começou a predominar a observação das reações do ser humano, a forma com que consegue integrar-se ao íntimo e adquirir significado para sua vida pessoal.

Objetivo Específico

 O objetivo principal é manter e desenvolver o gosto e o prazer que a música oferece à criança. A criança chega ao Ensino Fundamental tendo vivido todas as espécies de experiências musicais agradáveis. Ela deverá conservar esse prazer ao longo dos anos na escola. Mais, esse prazer deve crescer à medida que as suas capacidades e conhecimentos musicais aumentam. A Educação Musical falhará se a criança não conservar esse prazer. Este objetivo é o fundamento de todos os outros objetivos.

A escola deverá também desenvolver o potencial musical de cada criança. Há grandes diferenças na aquisição musical das crianças. Algumas mostram grande talento numa idade muito jovem, outras adquirem conhecimentos e competências musicais lentamente e com muito esforço. Contudo, todas as crianças têm capacidades para progredir.

A Educação Musical contribui, na criança, para o desenvolvimento da capacidade de se exprimir, para o desenvolvimento da confiança em si própria e para o enriquecimento pessoal. Já que fazer música é essencialmente uma atividade de grupo, ela desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das capacidades sociais da criança.